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segunda-feira, 27 de abril de 2020

Beijo de Domingo




Um beijo de domingo
veio e me colocou de novo no páreo
Um cabelo comprido
envolveu todo meu corpo, me deixou arrepiado

Depois foi embora
deixando tudo dentro da minha memória
enlouquecendo a minha vontade...
Depois que me ligou
meu ouvido não escutou
e eu fiquei na saudade...

Fecho olhos pra te beijar de novo
e viajo no cheiro e no teu gosto
me aqueço em seus cabelos
e atiço os meus desejos mais loucos

Um beijo de domindo,
pra me trazer de volta pra vida
um cabelo comprido
envolvido em minhas mãos tão aflitas

Um beijo de domingo...


Autor: Otto Di Cavalcanti


terça-feira, 21 de abril de 2020

O Tempo de uma Vida




O corcel 75 foi embora
deixando a poeira subir no meu rosto
e tudo foi ficando embaçado
e o tempo vivido no passado

A estrada que eu dormia a noite
foi fazendo parte da minha biblioteca
e todas as minhas alegrias,
em um colo por lá ficou 

Agora eu preciso olhar pra frente
abrir o peito para o que vem
eu tenho tanta ansiedade no meu quarto
eu grito, mas não vem ninguém
por mais que eu grite, só tenho Deus

Eu peguei uma arma
e roubei um beijo,
da mais linda das mulheres
e de repente eu me vi no labirinto,
de me entregar a quem nunca me viu

Eu passei por vários desertos sem tocar em uma seda
meu coração parecia estar enterrado em um gelo
e meu corpo que explodia de tanta correnteza
não sabia nem sequer o que era um rio correndo para o mar

Coloquei o meu colete a prova de balas
e segui protegendo minha cabeça
a cada curva era um monstro querendo me engolir
mas quem cuspiu cada um, fui eu
quem mastigou todos eles...foi minha fome de viver,
fome de viver...

O lobo temporal foi atingido
eu abri a guarda, eu fui inocente
dei o ouro a quem já tinha todo brilho
fui ao inferno sem passagem de volta,
com o diabo segurando nas minhas costas
e de longe eu vi alguém sorrindo ...

No último respiro eu explodi
e mesmo ferido eu consegui vê
aquele Corolla 2020, jogando poeira em meu rosto
então eu lembrei de onde eu vim
e o que eu sempre desejei...


Autor: Otto Di Cavalcanti



Linha Tênue






A chuva lá fora
molha meu coração aqui dentro
me traz o frio da solidão
me traz uma nova instabilidade

O conforto do meu corpo
quer me prender nesse objeto
tentando cessar tudo aos poucos
me colocando para baixo

É como se a alma
saísse do corpo
é como um pesadelo
onde não se consegue acordar
e abrir os olhos...
está cada vez mais difícil,
existe uma tonelada
pressionando a minha memória
eu não sei o que fazer
quando a fé escapa,
agora eu fiquei preso
a uma linha tênue de sofrimento

A chuva lá fora já parou
mas ainda chove no meu coração
me traz o frio da dor
me traz uma instabilidade antiga

E o conforto do meu corpo
já não é imóvel
mas ainda me puxa para um único lugar,
me colocando na horizontal

É como se a alma
saísse do corpo
é como um pesadelo
onde não se consegue acordar
e abrir os olhos...
está cada vez mais difícil,
existe uma tonelada
pressionando a minha memória
eu não sei o que fazer
quando a fé escapa,
agora eu fiquei preso
a uma linha tênue de sofrimento


Autor: Otto Di Cavalcanti



segunda-feira, 20 de abril de 2020

4





O ouro deixado para trás
A fortuna toda perdida
A alegria deitada no chão
A esperança morta no coração

Quando o vento retomou ao tempo
Mas no fundo tudo era lamento
E o pior ainda estava por vir
Apagando as luzes do mundo

As pegadas continuam
Com a lanterna na mão
Porque Tudo voltará ao normal
As pegadas continuam
Com a vela na mão
Porque Tudo vai iluminar outra vez

Em uma estrada bem deserta
Um anjo sorriu e me abraçou,
Como se já tivesse me abraçado
Eu senti toda a luz entrar no corpo

As pegadas continuam
Com a lanterna na mão
Porque Tudo voltará ao normal
As pegadas continuam
Com a vela na mão
Porque Tudo vai iluminar outra vez

E o sangue que não era meu
Me alimentou na escuridão
O corte mais fundo da carne
Transformou em alimentação

Quarta vez
Quarto chão
Quarta escuridão
E a quarta ressurreição...


Autor: Otto Di Cavalcanti